Indisposição - s. f., leve alteração das funções normais do organismo; desorganização; malquerença; conflito; zanga; desavença. (in Priberam, Dicionário da Língua Portuguesa On-Line)
É tudo isto que eu sinto, e não sei bem porquê. Parece que voltei a uma velha bifurcação de caminhos; a uma encruzilhada, das velhas e inquietantes. Sinto, de facto, ‘leves alterações no normal funcionamento do organismo’. Começa com um formigueiro na cabeça, que me deixa arrepiado, como se fosse o medo a querer tomar conta de mim… Este formigueiro acaba por passar, e dá lugar a uma pontada no peito, como se estivesse alguém lá dentro a querer sair sem conseguir dar com a saída… Segue-se o enjoo, o enojo, a náusea, a tontura, a vontade de querer deitar para fora qualquer coisa, apesar de eu saber que é essa coisa que me mantém seguro de mim mesmo.
A ‘desorganização’ merece um parágrafo à parte…Sempre vivi numa completa e total desorganização. Aprendi um dia que todos nós estamos sempre presos a uma determinada organização, desde o dia que nascemos, até ao dia que perecemos. Descobri, há já algum tempo, que a minha organização reguladora por excelência era a desorganização. Mas nunca uma desorganização desorganizada. Não. A minha desorganização sempre se organizou a si mesma. Hoje não. Sinto-me a querer desorganizar a minha desorganização. Desorganizo-me de uma forma tão desorganizada que nem sei por que parte começar a desorganizar.
(continua…)
É tudo isto que eu sinto, e não sei bem porquê. Parece que voltei a uma velha bifurcação de caminhos; a uma encruzilhada, das velhas e inquietantes. Sinto, de facto, ‘leves alterações no normal funcionamento do organismo’. Começa com um formigueiro na cabeça, que me deixa arrepiado, como se fosse o medo a querer tomar conta de mim… Este formigueiro acaba por passar, e dá lugar a uma pontada no peito, como se estivesse alguém lá dentro a querer sair sem conseguir dar com a saída… Segue-se o enjoo, o enojo, a náusea, a tontura, a vontade de querer deitar para fora qualquer coisa, apesar de eu saber que é essa coisa que me mantém seguro de mim mesmo.
A ‘desorganização’ merece um parágrafo à parte…Sempre vivi numa completa e total desorganização. Aprendi um dia que todos nós estamos sempre presos a uma determinada organização, desde o dia que nascemos, até ao dia que perecemos. Descobri, há já algum tempo, que a minha organização reguladora por excelência era a desorganização. Mas nunca uma desorganização desorganizada. Não. A minha desorganização sempre se organizou a si mesma. Hoje não. Sinto-me a querer desorganizar a minha desorganização. Desorganizo-me de uma forma tão desorganizada que nem sei por que parte começar a desorganizar.
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